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O que é o SCFV? Entenda o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

setembro 15, 2025 | by Henrique

Atividade em grupo no SCFV – Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos
Clique/Escute o áudio acima e descubra como o SCFV fortalece laços e pode transformar sua comunidade.

Introdução

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é uma ação estratégica da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Regulamentado pela Resolução CNAS nº 109/2009 e reordenado pela Resolução CNAS nº 01/2013, o SCFV tem como objetivo prevenir situações de vulnerabilidade e risco social, promovendo o fortalecimento de laços familiares e comunitários.

Diferente de um atendimento assistencial pontual, o SCFV é desenvolvido de forma complementar ao PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família) e ao PAEFI (Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos), garantindo que as famílias tenham acesso contínuo a acolhimento, apoio e orientação.

Objetivos e Importância do SCFV

O SCFV atua de maneira preventiva e protetiva, buscando:

  • Evitar o rompimento dos vínculos familiares e comunitários.
  • Fortalecer redes de apoio social e comunitário.
  • Desenvolver a autonomia e as habilidades pessoais e sociais dos participantes.
  • Promover a convivência comunitária e o sentimento de pertencimento.

Esse serviço é essencial para assegurar os direitos socioassistenciais de acolhida e convivência, criando oportunidades para que cada indivíduo desenvolva competências emocionais, relacionais e sociais.

Como o SCFV Funciona

As atividades do SCFV são organizadas em grupos por faixa etária, respeitando o ciclo de vida de cada participante. O planejamento é construído de forma coletiva, com a participação ativa dos técnicos de referência, orientadores sociais e usuários.

Os encontros promovem:

  • Troca de experiências e vivências.
  • Valorização da identidade individual e coletiva.
  • Fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
  • Incentivo à participação em diálogos e decisões de interesse público.

Ao seguir percursos pedagógicos progressivos, o SCFV contribui para que crianças, adolescentes, adultos e idosos ampliem seus horizontes, construam autonomia e fortaleçam sua integração social.

Objetivos do SCFV – Entenda o Propósito do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos

Infográfico dos objetivos do SCFV destacando prevenção de vulnerabilidades, fortalecimento de vínculos, promoção da autonomia e convivência comunitária.
Principais objetivos do SCFV: prevenção de vulnerabilidades, fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, promoção da autonomia e estímulo à convivência comunitária.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) é uma política pública essencial do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), criada para prevenir situações de risco social, promover o desenvolvimento humano e fortalecer os laços familiares e comunitários. A seguir, veja de forma clara e detalhada os principais objetivos do SCFV para cada faixa etária.

Objetivos Gerais do SCFV

O SCFV busca:

  • Prevenir vulnerabilidades sociais, reduzindo situações de negligência, violência ou exclusão;
  • Evitar a institucionalização de crianças, adolescentes, jovens, pessoas idosas e pessoas com deficiência, assegurando o direito à convivência familiar e comunitária;
  • Fortalecer a rede de proteção social, garantindo acesso a benefícios e serviços socioassistenciais;
  • Promover integração com outras políticas públicas, como educação, saúde, cultura, esporte e lazer;
  • Estimular cidadania ativa, oferecendo informações sobre direitos e incentivando o protagonismo social dos usuários;
  • Ampliar experiências culturais e artísticas, favorecendo novas formas de sociabilidade e inclusão;
  • Incentivar a convivência intergeracional, gerando troca de saberes e valorizando o respeito entre diferentes idades.

Objetivos do SCFV por Faixa Etária

Cada ciclo de vida tem suas próprias necessidades, e o SCFV é estruturado para atendê-las de forma específica:

Crianças de 0 a 6 anos

  • Incentivar a interação entre crianças do mesmo ciclo etário;
  • Resgatar brincadeiras e manifestações culturais da comunidade;
  • Apoiar o desenvolvimento de crianças com deficiência e fortalecer o papel da família na proteção social;
  • Oferecer espaços de convivência afetiva, promovendo o desenvolvimento infantil saudável;
  • Complementar as ações de cuidado, reforçando vínculos familiares e comunitários.

Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos

  • Garantir ambientes de convivência saudáveis e inclusivos;
  • Estimular a construção de relações de respeito, solidariedade e cooperação;
  • Expandir o acesso a informações, cultura e atividades artísticas;
  • Incentivar o senso crítico e a participação na vida comunitária;
  • Apoiar a permanência e o bom desempenho no sistema educacional.

Adolescentes de 15 a 17 anos

  • Reforçar os vínculos familiares e sociais, prevenindo situações de vulnerabilidade;
  • Estimular autonomia, protagonismo e tomada de decisão;
  • Desenvolver competências relacionadas ao mundo do trabalho e aos direitos de cidadania;
  • Promover participação social e consciência crítica sobre a realidade;
  • Apoiar a inclusão e reintegração escolar quando necessário.

Jovens de 18 a 29 anos

  • Proporcionar espaços de convivência que fortaleçam laços comunitários;
  • Estimular o ingresso e permanência no mercado de trabalho e na educação formal;
  • Apoiar a formação profissional e o empreendedorismo social;
  • Incentivar a participação cidadã e o engajamento em políticas públicas;
  • Promover autonomia e construção de projetos de vida significativos.

Adultos de 30 a 59 anos

  • Fortalecer a convivência familiar e comunitária;
  • Incentivar a participação em atividades intergeracionais e culturais;
  • Identificar necessidades e desenvolver habilidades para novos projetos de vida;
  • Ampliar a formação cidadã e o acesso a informações relevantes;
  • Valorizar o trabalho e a educação como direitos essenciais.

Pessoas Idosas

  • Promover um envelhecimento ativo, saudável e participativo;
  • Criar espaços de encontro e troca de experiências entre gerações;
  • Estimular a autonomia, a tomada de decisão e o protagonismo do idoso;
  • Desenvolver atividades que valorizem suas histórias e fortaleçam sua autoestima.

Por que o SCFV é Fundamental?

O SCFV não é apenas um serviço, mas uma estratégia de inclusão social que contribui para a formação de cidadãos conscientes, promove equidade de oportunidades e fortalece a rede de proteção social nos territórios. Ele atua como ponto de apoio para famílias e comunidades, ajudando a prevenir situações de risco e garantindo direitos fundamentais.

SCFV para Crianças de 0 a 6 Anos – Guia Completo

Crianças de 0 a 6 anos participando de atividade em grupo no SCFV, fortalecendo vínculos sociais e comunitários desde a infância.
Grupo de crianças de 0 a 6 anos em atividade lúdica do SCFV, promovendo integração, convivência comunitária e desenvolvimento social.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para crianças de 0 a 6 anos é uma das principais ofertas da Proteção Social Básica (PSB) dentro do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Criado para apoiar o desenvolvimento integral na primeira infância, o programa oferece um ambiente protegido e educativo que incentiva a convivência, fortalece os laços familiares e comunitários e atua na prevenção de situações de vulnerabilidade social.

Finalidade do SCFV na Primeira Infância

O foco principal é proporcionar experiências que estimulem o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social das crianças, envolvendo de forma ativa seus cuidadores. O serviço promove momentos de interação afetiva, jogos e atividades que valorizam a cultura local, sempre com orientação de profissionais capacitados.

Características do SCFV para Crianças de 0 a 6 Anos

  • Ambiente protegido e interativo: espaço seguro para troca de experiências entre crianças e cuidadores, com mediação de educadores sociais.
  • Complementar à educação formal: não substitui creche ou pré-escola, funcionando como suporte adicional à formação e à socialização.
  • Estímulo ao brincar e à criatividade: uso de atividades lúdicas para desenvolver autonomia, imaginação e autoestima.
  • Fortalecimento da parentalidade positiva: incentivo ao diálogo, afeto e construção de rotinas que apoiem o desenvolvimento saudável.

Objetivos Específicos

O SCFV é estruturado para:

  • Reforçar vínculos familiares e comunitários.
  • Garantir espaços de convivência que favoreçam afeto, socialização e cooperação.
  • Promover o contato com brincadeiras tradicionais e manifestações culturais locais.
  • Criar oportunidades para inclusão de crianças com deficiência, com apoio às famílias e à comunidade.
  • Fomentar a reflexão sobre o papel da família na proteção e no crescimento das crianças.

Público Prioritário

O serviço atende crianças de até 6 anos, priorizando:

  • Beneficiários do BPC ou de programas de transferência de renda.
  • Crianças com deficiência ou em situação de vulnerabilidade.
  • Casos encaminhados por serviços de Proteção Social Especial.
  • Crianças expostas a negligência, violência, trabalho infantil ou risco de ruptura de vínculos familiares.

Metodologia e Organização

As atividades são planejadas em grupos, sempre com a presença de um cuidador. A metodologia é guiada por quatro eixos centrais:

  • Eu Comigo – desenvolvimento pessoal, autonomia, autoestima e aprendizado pelo brincar.
  • Eu Com Quem Cuida de Mim – fortalecimento da relação criança-cuidador e práticas de parentalidade saudável.
  • Eu Com os Outros – incentivo à convivência social, empatia, cooperação e resolução de conflitos.
  • Eu Com a Cidade – promoção da cidadania, uso de espaços públicos e acesso a direitos.

As atividades são organizadas em percursos de até três meses, adaptados às necessidades do grupo. Cada encontro tem cerca de 1h30, com acolhimento inicial, atividade principal e fechamento reflexivo.

Equipe e Espaço de Atendimento

O SCFV é conduzido por profissionais de nível superior do CRAS e educadores sociais de nível médio, garantindo planejamento e execução qualificada. O serviço deve ser ofertado em locais acessíveis, seguros e acolhedores, como CRAS ou Centros de Convivência.

Integração com Outros Serviços

O SCFV se articula diretamente com o PAIF e o PAEFI, garantindo um atendimento completo às famílias. Também busca parcerias com políticas de Educação, Saúde, Cultura e Esporte, além de integrar-se ao Sistema de Garantia de Direitos, ampliando as oportunidades de proteção e inclusão.

Monitoramento e Avaliação

O acompanhamento contínuo é parte essencial do serviço. São utilizados instrumentos como Plano de Percurso, Acompanhamento de Grupo e Registro de Atividades para medir resultados e aprimorar a oferta. A avaliação inclui o feedback de crianças, cuidadores e profissionais para mensurar os impactos sociais e melhorar continuamente as práticas.

SCFV para Crianças e Adolescentes de 6 a 15 Anos

Crianças e adolescentes de 6 a 15 anos participando de roda de conversa no SCFV, fortalecendo vínculos sociais e comunitários.
Grupo de crianças e adolescentes de 6 a 15 anos em atividade de convivência do SCFV, promovendo socialização, autonomia e participação comunitária.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos é um importante componente da Proteção Social Básica do SUAS. Seu propósito é incentivar a convivência familiar e comunitária, fortalecer a cidadania, desenvolver o protagonismo infantojuvenil e promover a autonomia, sempre respeitando os interesses e potencialidades de cada faixa etária.

As ações são construídas a partir de atividades lúdicas, culturais e esportivas, proporcionando momentos de interação, aprendizado e sociabilidade, além de garantir proteção social conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS nº 109/2009).

Público-Alvo do SCFV 6 a 15 Anos

O serviço é direcionado especialmente para:

  • Crianças e adolescentes encaminhados pela Proteção Social Especial, incluindo beneficiários do PETI e atendidos pelo PAEFI.
  • Participantes que estejam em situação de acolhimento institucional ou que retornaram ao convívio familiar após medida protetiva.
  • Crianças e adolescentes com deficiência, priorizando os que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
  • Famílias que recebem programas de transferência de renda, como o Programa Bolsa Família.
  • Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, com pouco acesso à renda ou a serviços públicos essenciais.

Estrutura e Funcionamento das Atividades

As atividades do SCFV podem ser realizadas em dias úteis, feriados ou fins de semana, com carga horária de até quatro horas diárias, em turno único ou alternado. O foco é proporcionar experiências que favoreçam:

  • O desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.
  • A construção de vínculos familiares e comunitários.
  • A participação social ativa e o fortalecimento de habilidades pessoais.

Além disso, o serviço busca integrar práticas culturais e sociais locais, garantindo diversidade, qualidade e criatividade em cada ação proposta.

Exemplos de Atividades no SCFV

Para engajar crianças e adolescentes, o SCFV pode oferecer:

  • Sessões de cinema seguidas de rodas de conversa para reflexão sobre temas sociais e culturais.
  • Montagem de peças teatrais e musicais, estimulando a expressão artística.
  • Gincanas culturais e esportivas, incentivando o trabalho em equipe.
  • Brincadeiras tradicionais e dinâmicas de grupo para fortalecer vínculos.
  • Passeios e visitas guiadas a equipamentos de cultura, lazer e locais cívicos.
  • Oficinas criativas de arte, reciclagem, pintura, escultura, música e dança popular.
  • Confecção artesanal de instrumentos musicais e jogos de tabuleiro.
  • Oficinas de produção de texto, estimulando a leitura e a escrita.

Todas essas atividades são planejadas para garantir inclusão, diversidade cultural e o protagonismo das crianças e adolescentes, preparando-os para uma vida comunitária mais ativa e consciente.

SCFV para Adolescentes de 15 a 17 Anos

Adolescentes de 15 a 17 anos participando de roda de conversa no SCFV, fortalecendo vínculos sociais e comunitários.
Grupo de adolescentes de 15 a 17 anos em atividade de convivência no SCFV, promovendo autonomia, participação cidadã e fortalecimento de laços comunitários.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) destinado a adolescentes de 15 a 17 anos tem como foco central promover o desenvolvimento integral, fortalecer os laços familiares e comunitários e preparar os jovens para uma participação ativa na sociedade e no mundo do trabalho.

Objetivos do SCFV para Adolescentes

O SCFV busca proporcionar um ambiente de proteção social e oportunidades de crescimento, com metas específicas como:

  • Fortalecimento familiar e comunitário: apoio às famílias e à comunidade na formação de adolescentes, promovendo relações saudáveis e solidárias.
  • Espaços de convivência seguros: criação de ambientes que incentivem a socialização, o respeito mútuo e a construção de vínculos afetivos.
  • Formação cidadã: incentivo ao protagonismo juvenil, à autonomia e à participação em decisões que impactam a comunidade.
  • Acesso à informação e cultura: ampliação do repertório cultural, artístico e social dos jovens, desenvolvendo habilidades, talentos e competências criativas.
  • Educação e mundo do trabalho: estímulo à permanência escolar, orientação profissional e formação para o mercado de trabalho como exercício de cidadania.
  • Desenvolvimento crítico: promoção da reflexão sobre temas sociais, ampliando a capacidade dos adolescentes de compreender e interagir com a realidade ao seu redor.

Público-Alvo

O SCFV prioriza adolescentes em situação de vulnerabilidade social, incluindo:

  • Jovens de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda.
  • Adolescentes em cumprimento ou egressos de medidas socioeducativas em meio aberto.
  • Beneficiários de medidas de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
  • Adolescentes vinculados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) ou a programas de enfrentamento da violência e exploração sexual.
  • Jovens fora da escola ou em risco de evasão escolar.
  • Adolescentes com deficiência, em especial beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

Atividades Desenvolvidas

As ações do SCFV são planejadas para ocorrer em dias úteis, feriados ou finais de semana, em encontros de até três horas, priorizando o engajamento dos jovens e o fortalecimento dos vínculos sociais.

Entre as principais atividades realizadas, destacam-se:

  • Oficinas culturais: teatro, música, danças populares, cinema e produção artística com materiais recicláveis.
  • Atividades educativas: oficinas de produção textual, projetos sociais e educação ambiental.
  • Vivências práticas: visitas a espaços culturais, lazer e equipamentos públicos, além de debates sobre temas sociais.
  • Orientação vocacional: atividades que estimulam o autoconhecimento e a preparação para o mercado de trabalho.

Essas experiências favorecem o desenvolvimento físico, emocional e social dos adolescentes, além de incentivar a participação comunitária, a consciência cidadã e a construção de um futuro mais promissor.

SCFV para Jovens de 18 a 29 Anos

Jovens de 18 a 29 anos participando de roda de conversa no SCFV, fortalecendo vínculos comunitários e desenvolvendo autonomia.
Grupo de jovens de 18 a 29 anos em atividade do SCFV, espaço que promove convivência comunitária, cidadania, protagonismo juvenil e fortalecimento de vínculos.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) voltado para jovens de 18 a 29 anos é uma estratégia essencial da Proteção Social Básica do SUAS, promovendo inclusão social, participação cidadã e desenvolvimento integral da juventude. Este serviço busca ir além do atendimento básico, criando oportunidades de formação, convivência e inserção no mundo do trabalho.

Objetivos do SCFV para Jovens

O SCFV para jovens tem como meta:

  • Fortalecer vínculos familiares e comunitários, incentivando relações de solidariedade, respeito mútuo e cooperação.
  • Oferecer espaços de referência para convivência social e comunitária, promovendo o pertencimento e o desenvolvimento de relações saudáveis.
  • Estimular a autonomia e o protagonismo juvenil, incentivando escolhas conscientes e participação ativa na vida pública.
  • Ampliar o acesso à educação, cultura e informação, despertando novas possibilidades para projetos de vida.
  • Contribuir para a inserção no mercado de trabalho, desenvolvendo competências básicas, conhecimento sobre o mundo laboral e valorização da formação profissional como direito de cidadania.
  • Promover inclusão no sistema educacional e de saúde, assegurando a continuidade de estudos e o acesso aos serviços de saúde sempre que necessário.
  • Desenvolver pensamento crítico sobre a realidade social, estimulando o engajamento e a transformação do território em que vivem.

Público-Alvo

O serviço é destinado a jovens que estejam em situação de vulnerabilidade ou risco social, tais como:

  • Beneficiários de programas de transferência de renda.
  • Jovens em isolamento social ou vítimas de violência e negligência.
  • Jovens fora da escola ou com defasagem escolar significativa.
  • Jovens em acolhimento institucional ou egressos de medidas socioeducativas.
  • Jovens vítimas ou em risco de exploração sexual.
  • Egressos de medidas de proteção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
  • Jovens em situação de rua ou com deficiência em situação de vulnerabilidade.

Atividades Ofertadas

As atividades do SCFV podem ocorrer em dias úteis, finais de semana e feriados, conforme a realidade de cada território. As ações são planejadas para integrar educação, cultura, arte, esporte e cidadania, proporcionando experiências transformadoras.

Entre as atividades mais comuns estão:

  • Oficinas educativas: produção de texto, leitura e interpretação.
  • Oficinas artísticas: teatro, dança, música, cinema, pintura e escultura.
  • Oficinas de cultura e identidade: confecção de instrumentos artesanais, arte com materiais recicláveis e danças populares.
  • Oficinas de tecnologia e inovação: informática, mídias digitais e projetos sociais.
  • Educação para o trabalho: oficinas vocacionais, orientação profissional e capacitação para o primeiro emprego.
  • Educação ambiental: atividades de conscientização e preservação ambiental.
  • Sessões de cinema e rodas de conversa para debates sobre temas sociais relevantes.

Essas experiências têm como objetivo ampliar repertórios culturais, desenvolver habilidades socioemocionais, promover a participação social e contribuir para a construção de uma trajetória de vida mais autônoma e cidadã.

SCFV para Adultos de 30 a 59 Anos

Grupo diversificado de jovens adultos de 18 a 29 anos sorrindo e interagindo em uma sessão animada do SCFV, com líder segurando tablet.
Jovens adultos participando ativamente de uma reunião do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), promovendo interação e bem-estar.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para adultos de 30 a 59 anos é uma estratégia fundamental da Proteção Social Básica do SUAS, com foco no fortalecimento dos laços familiares, comunitários e sociais. A proposta é promover a autonomia, o protagonismo social e o acesso a direitos, criando oportunidades para a ampliação de conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades.

Objetivos do SCFV para Adultos

Grupo de adultos entre 30 e 59 anos participando ativamente de uma oficina no SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos)
Oficina de orientação social como parte das atividades do SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos) para adultos de 30 a 59 anos, promovendo interação social e aprendizado.

O SCFV para essa faixa etária busca:

  • Fortalecer vínculos familiares e comunitários, prevenindo o isolamento social e promovendo encontros intergeracionais.
  • Criar espaços de convivência grupal e comunitária, incentivando relações de solidariedade, respeito e cooperação.
  • Ampliar o acesso a informações, cultura e arte, estimulando o desenvolvimento pessoal e a construção de novos projetos de vida.
  • Promover a cidadania ativa, incentivando a participação social e a reflexão crítica sobre a realidade.
  • Reconhecer o trabalho e a formação profissional como direitos, apoiando a inserção e reinserção no mercado de trabalho.
  • Estimular o retorno à educação formal, combatendo a defasagem escolar e apoiando a permanência no sistema educacional.
  • Valorizar experiências de vida, incentivando a tomada de decisões conscientes e a ampliação do protagonismo social.

Público Prioritário

De acordo com a Resolução CNAS nº 13/2014, o SCFV é voltado especialmente para:

  • Adultos beneficiários de programas de transferência de renda.
  • Pessoas em situação de isolamento social.
  • Adultos com histórico de violência ou negligência.
  • Pessoas com baixo nível de escolaridade ou fora da escola.
  • Adultos em situação de acolhimento institucional.
  • Vítimas de violência sexual ou participantes de programas de enfrentamento dessa violação.
  • Pessoas em situação de rua.
  • Adultos em situação de vulnerabilidade decorrente de deficiência.

Atividades Ofertadas

As atividades do SCFV são planejadas para ocorrer em dias úteis, finais de semana ou feriados, respeitando a demanda da comunidade. Elas têm como objetivo principal estimular a autonomia, a inclusão social e a participação cidadã.

Alguns exemplos de ações desenvolvidas são:

  • Oficinas de cidadania – debates sobre direitos sociais, políticas públicas e prevenção de riscos.
  • Atividades culturais e artísticas – pintura, dança, teatro, música, artesanato e confecção de bijuterias.
  • Oficinas de leitura, escrita e oratória – incentivo à expressão e ao desenvolvimento da comunicação.
  • Esporte e lazer – práticas corporais e recreativas para promoção da saúde e integração social.
  • Sessões de cinema e rodas de conversa – reflexão sobre temas relevantes para a comunidade.

Essas práticas fortalecem o senso de pertencimento, estimulam o desenvolvimento de competências socioemocionais e ampliam o espaço de atuação dos participantes no território.

SCFV para Pessoas Idosas – Envelhecimento Ativo, Convivência e Proteção Social

Idosos participando de oficina de orientação social do SCFV em sala de aula, aprendendo com assistente social.
Grupo de idosos participa ativamente de oficina de orientação social promovida pelo SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos), aprendendo sobre direitos sociais e cidadania.

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para pessoas idosas é uma importante estratégia da Proteção Social Básica do SUAS, voltada para promover qualidade de vida, participação social e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. O público-alvo são idosos com 60 anos ou mais em situação de vulnerabilidade social, incluindo beneficiários do BPC, famílias que recebem programas de transferência de renda e pessoas que vivem em isolamento social ou com dificuldade de acesso a serviços essenciais.

Objetivos do SCFV para Idosos

O SCFV foi desenvolvido para oferecer um conjunto de atividades planejadas, continuadas e articuladas às necessidades dessa faixa etária. Entre seus principais objetivos estão:

  • Promover o envelhecimento ativo e saudável, incentivando autonomia, autocuidado e protagonismo social.
  • Criar espaços de convivência intergeracional, favorecendo o encontro entre diferentes gerações e estimulando a troca de experiências.
  • Identificar necessidades e potencialidades individuais, incentivando novos projetos de vida e participação cidadã.
  • Valorizar a história de vida e as experiências pessoais, fortalecendo a autoestima e a capacidade de tomada de decisão.

Essas ações não são isoladas, mas parte de um processo contínuo de construção de pertencimento social e prevenção de riscos.

Atividades Desenvolvidas no SCFV para Idosos

As atividades são planejadas para atender os interesses e capacidades dos idosos, acontecendo em dias úteis, finais de semana ou feriados, conforme a demanda do município. Entre as mais comuns, destacam-se:

  • Oficinas de cidadania: abordam temas como direitos da pessoa idosa, prevenção da violência, acesso a serviços e políticas públicas.
  • Esporte e lazer: práticas de exercícios físicos, jogos coletivos e dinâmicas que estimulam o corpo e a mente.
  • Arte e cultura: atividades de pintura, dança, música, artesanato, costura e outras expressões criativas que preservam e valorizam saberes tradicionais.
  • Sessões de cinema e rodas de conversa: promovem reflexão e debate sobre temas relevantes para a realidade do grupo.
  • Passeios e visitas culturais: integração com espaços de memória, centros cívicos e equipamentos públicos de lazer.

Essas ações fortalecem vínculos familiares, ampliam as redes de apoio comunitário e previnem situações de isolamento e depressão.

Importância do Planejamento e da Continuidade

Para que o SCFV atinja seus objetivos, é essencial que seja executado de forma planejada, contínua e articulada às políticas públicas locais. As atividades precisam ser desafiadoras e progressivas, estimulando o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e relacionais.

O foco do serviço é romper com práticas pontuais ou assistencialistas e consolidar-se como um processo permanente de proteção social, prevenindo riscos e garantindo direitos. A participação no grupo deve evitar que situações de vulnerabilidade evoluam para violações de direitos ou exclusão social.

Resultado Esperado

A execução do SCFV para pessoas idosas busca oferecer mais que momentos recreativos – é um trabalho de longo prazo que promove protagonismo, inclusão e cidadania. Quando bem implementado, o serviço se torna uma poderosa ferramenta para melhorar a qualidade de vida, reforçar laços familiares e transformar a realidade social dos idosos atendidos.

Formação de Grupos e Encontros no SCFV: Aspectos Fundamentais

grupos de encontro durante atividade do SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos) em centro social.
Formação de Grupos de Encontro do SCFV

A criação de grupos no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) exige uma análise criteriosa por parte do técnico de referência do CRAS. É essencial que cada usuário seja alocado em grupos que potencializem suas competências, experiências e conhecimentos. Durante esse processo, o profissional deve avaliar fatores como ciclo de vida do usuário, vulnerabilidades, situações de risco enfrentadas, características dos demais integrantes, tempo mínimo de participação no serviço (diário ou semanal) e o número máximo de participantes por grupo.

Diversidade e Heterogeneidade na Composição dos Grupos

Garantir a diversidade na formação dos grupos é essencial para estimular a convivência social e a troca de experiências. Grupos heterogêneos promovem interação entre indivíduos de diferentes contextos socioeconômicos, gêneros, raças, etnias e condições físicas, incluindo pessoas com deficiência.

Sempre que possível, deve-se evitar a segregação de usuários com características semelhantes — como grupos compostos apenas por meninos, meninas ou pessoas com deficiência. O SCFV busca fortalecer a socialização e a integração comunitária, permitindo que os participantes compartilhem vivências e aprendizados em um ambiente plural e inclusivo.

Como Nomear os Grupos do SCFV

A nomeação dos grupos é um elemento estratégico para gestão e engajamento. O nome deve ser escolhido com a participação dos integrantes e refletir os objetivos do SCFV ou os ganhos previstos pelas atividades.

É importante destacar que a atividade predominante do grupo — como esportes, arte ou cultura — não deve ser usada para definir seu nome. Por exemplo, um grupo de adolescentes não deve ser chamado de “Capoeira1” apenas porque essa é a atividade mais frequente. O foco do SCFV é complementar o trabalho social realizado pelo PAIF e PAEFI, prevenindo riscos que possam comprometer vínculos familiares e comunitários.

Além disso, a escolha do nome deve respeitar a laicidade do serviço, evitando referências religiosas, litúrgicas ou associadas a violações de direitos. Nomes como “grupo do PETI” ou similares não são recomendados. Envolver os usuários na definição do nome estimula criatividade, protagonismo e autoconfiança.

Quantidade de Usuários por Grupo

O tamanho ideal dos grupos é de até 30 participantes sob a supervisão de um educador ou orientador social. Esse número pode variar conforme o perfil e a complexidade das vulnerabilidades dos participantes, garantindo que o acompanhamento seja eficaz e a qualidade do serviço seja mantida.

Organização do SCFV em Percursos

As atividades do SCFV são estruturadas em percursos, que permitem progressão de habilidades e experiências dos usuários. Cada percurso é planejado para um período determinado — geralmente até três meses — com início, meio e fim bem definidos. Essa organização possibilita aos municípios planejar e operacionalizar o serviço de maneira estratégica, garantindo resultados consistentes.

Quando os participantes atingem o limite de idade de uma faixa etária, eles podem ser transferidos para grupos correspondentes à faixa seguinte, mantendo a lógica de percursos como unidade temporal e metodológica para o desenvolvimento das atividades.

Relação entre SCFV, PAIF e PAEFI: Entenda a Integração dos Serviços no SUAS

A integração entre Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), PAIF e PAEFI é um dos pilares do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), garantindo atendimento qualificado às famílias em situação de vulnerabilidade.

Conexão entre SCFV e PAIF

O SCFV é um serviço essencial da Proteção Social Básica, sempre referenciado ao CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). Ele funciona de forma complementar ao PAIF (Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família), ampliando as ações de prevenção de riscos sociais e fortalecendo vínculos familiares e comunitários.

Essa articulação segue as diretrizes da NOB-SUAS, que orienta a criação de serviços socioassistenciais de caráter geracional e intergeracional, colocando a família como núcleo central de proteção. Por isso, quando um usuário é atendido no SCFV, especialmente em situações de maior vulnerabilidade, a equipe de referência do CRAS avalia sua inclusão em outras atividades do PAIF e demais serviços socioassistenciais, garantindo um acompanhamento completo de toda a família.

Diferenças entre PAIF e SCFV

Embora interligados, os dois serviços têm focos distintos:

  • PAIF é realizado exclusivamente no CRAS e tem como público principal a família como um todo. Seu objetivo é potencializar o papel protetivo familiar, fortalecendo a autonomia para prover sustento, educação, guarda de crianças e adolescentes, além de cuidar de idosos e pessoas com deficiência.
  • SCFV, por sua vez, direciona suas ações aos indivíduos, organizando atividades conforme o ciclo de vida — infância, adolescência, juventude, fase adulta e terceira idade. Essa abordagem reconhece que as vulnerabilidades se manifestam de formas diferentes em cada etapa e que as estratégias de intervenção devem respeitar essas especificidades para serem mais eficazes.

Articulação entre SCFV, PAIF e PAEFI

O PAEFI (Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos), ofertado pelo CREAS, atua em casos de violação de direitos. Para garantir um atendimento integral, é fundamental o diálogo entre as equipes de CRAS e CREAS, alinhando encaminhamentos, acompanhamentos e estratégias de proteção.

Quando um usuário é encaminhado ao SCFV, o técnico de referência do CRAS desempenha papel central, garantindo que ele seja incluído no grupo mais adequado para suas necessidades. Essa articulação é essencial para assegurar a continuidade do atendimento e a efetividade das ações do SUAS.

Situações que Demandam Atenção

  • Encaminhamentos do CREAS para o SCFV: quando já existe diagnóstico de violação de direitos.
  • Demandas espontâneas no CRAS: quando a equipe identifica situações de risco durante a participação do usuário no serviço.
  • Encaminhamentos de órgãos do Sistema de Garantia de Direitos: garantindo que os indivíduos tenham atendimento socioassistencial adequado e direcionado.

Oficinas do SCFV

No âmbito do SCFV, faz-se necessário destacar as especificidades referentes às “oficinas” de esporte, lazer, arte e cultura. Afinal, “grupo” não é o mesmo que oficina!

A oficina é uma estratégia para potencializar e qualificar as ações dos grupos do SCFV. Trata-se de um subterfúgio para promover a convivência, as conversações e os fazeres por meio dos quais os vínculos entre os usuários e entre estes e os profissionais são construídos. Todavia, como já dito, a oficina, por si só, não caracteriza a oferta do SCFV. Há usuários que não têm aptidão para participar de oficinas que envolvem atividade física ou manual, por exemplo. Essa situação demandará dos profissionais que atuam no serviço atenção às necessidades e perfis dos usuários, a fim de que se evite a sua evasão dos grupos.

Além disso, no planejamento das ações a serem realizadas nos grupos, é indispensável contar com a participação dos próprios usuários, pois são eles os principais sujeitos da intervenção social proposta neste serviço. É importante considerar que, à medida que os profissionais que atuam no serviço conhecem e fortalecem vínculos com os usuários, adquirem maiores condições de pro atividades das quais os usuários participem efetivamente.

Abaixo, serão listadas algumas oficinas que podem ser realizadas no SCFV

Oficina de Culinária

Oficina de culinária do SCFV: grupo de pessoas de diferentes idades cozinhando juntas e sorrindo em uma cozinha comunitária, promovendo convivência e fortalecimento de vínculos.
Oficina de Culinária como ferramenta de transformação social! No nosso SCFV, a cozinha vira um espaço de aprendizado, troca de experiências e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Juntos, criamos muito mais que uma refeição; criamos laços que fortalecem.

Uma Oficina de Culinária no SCFV é uma atividade socioeducativa que utiliza a preparação de alimentos e o ato de cozinhar coletivamente como ferramenta para alcançar os objetivos principais do serviço: fortalecer os vínculos familiares e comunitários, promover a convivência social e prevenir situações de risco social.

Ela vai muito além de um simples “curso de culinária”. O foco principal não é formar chefs, mas sim utilizar o contexto da cozinha como um espaço de aprendizado, troca, autonomia e desenvolvimento de habilidades para a vida.

Objetivos Específicos de uma Oficina de Culinária no SCFV

Dentro da proposta do SCFV, essa oficina busca:

  • Fortalecer Vínculos: O ato de cozinhar junto exige comunicação, cooperação, divisão de tarefas e respeito. Isso fortalece as relações entre os participantes (crianças, adolescentes, jovens, idosos) e entre eles e os orientadores.
  • Promover a Autonomia e Habilidades para a Vida: Ensina noções básicas de nutrição, higiene no manuseio de alimentos, economia doméstica (aproveitamento integral dos alimentos, por exemplo) e habilidades culinárias práticas para o dia a dia.
  • Valorizar a Cultura e a Identidade: As receitas escolhidas muitas vezes são regionais, de família ou tradicionais, resgatando a história e a cultura local e promovendo um senso de pertencimento.
  • Estimular a Criatividade e a Autoestima: O processo de criar algo concreto e saboroso (uma refeição) e ver o resultado do seu trabalho é extremamente gratificante e eleva a autoestima dos participantes.
  • Promover a Educação Alimentar e Nutricional: É uma oportunidade prática para discutir temas como alimentação saudável, origem dos alimentos, sazonalidade e combate ao desperdício.
  • Favorecer a Inclusão Social: A cozinha é um ambiente democrático onde pessoas de diferentes idades, histórias e habilidades podem contribuir e participar de forma igualitária.

Como ela é realizada?

Público-Alvo: Pode ser ofertada para qualquer um dos ciclos de vida atendidos pelo SCFV (crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos), sendo adaptada em complexidade e temas de acordo com cada grupo.

Metodologia: A atividade é sempre prática e vivencial. Os participantes são envolvidos em todas as etapas: desde o planejamento do cardápio, passando pela compra dos ingredientes (se possível), preparo, cozimento e, finalmente, a degustação e limpeza do espaço.

Mediação: Um orientador ou técnico social media o processo, garantindo que os objetivos socioeducativos sejam alcançados, facilitando a comunicação e garantindo um ambiente seguro e inclusivo.

Temas Abordados

As oficinas podem ter diversos focos:

  • Culinária Saudável: Receitas com baixo custo e alto valor nutritivo.
  • Aproveitamento Integral de Alimentos: Usar cascas, talos e sementes em receitas.
  • Culinária Regional: Pratos típicos da cultura local.
  • Panificação Caseira: Fazer pães, bolos e biscoitos.
  • Para Festividades: Cozinhar para datas comemorativas (São João, Natal).

Exemplo Prático

  • Tema da Oficina: “Sabores da Nossa Terra” (para um grupo de idosos)
  • Objetivo: Resgatar memórias afetivas e fortalecer vínculos através da culinária tradicional.
  • Atividade: Os idosos são convidados a escolher uma receita de sua infância (ex.: um bolo de milho, um quibebe). Eles preparam a receita juntos, compartilhando histórias e técnicas. Durante o preparo, conversam sobre como era conseguir os ingredientes antigamente, as festas onde a comida era servida, etc.
  • Resultado: Além do produto final (o prato), a atividade promove a memória, a troca de experiências entre gerações (se houver jovens participando), a valorização do saber popular e um forte senso de comunidade e identidade.

Oficina de teatro

Adolescentes participando de oficina de teatro no SCFV: exercício de expressão corporal, diversidade e interação em grupo.
Oficina de teatro promovida pelo SCFV para jovens, explorando criatividade, comunicação e trabalho em grupo através de técnicas teatrais.
Definição Básica

Uma Oficina de Teatro no SCFV é uma atividade artístico-pedagógica estruturada, que utiliza técnicas teatrais (jogos, improvisação, expressão corporal e vocal) como ferramenta para promover o desenvolvimento integral dos usuários. Não se trata de formar atores profissionais, mas de usar o teatro como um meio para trabalhar competências sociais, emocionais e cognitivas, fortalecendo os vínculos comunitários e familiares dentro da política pública de assistência social.

Objetivos Específicos

Os objetivos estão alinhados com as diretrizes do SCFV e são divididos em dimensões:

a) Socioemocionais:

  • Autoconfiança e Autoestima: Vencer a timidez, se expressar em público e reconhecer o próprio valor.
  • Inteligência Emocional: Identificar, expressar e canalizar emoções de forma saudável.
  • Empatia: Colocar-se no lugar do outro, entendendo diferentes perspectivas e realidades.

b) Cognitivos e Criativos:

  • Criatividade e Imaginação: Estimular a invenção de histórias, personagens e soluções criativas.
  • Comunicação: Melhorar a expressão verbal (dicção, vocabulário) e não-verbal (linguagem corporal, gestos).
  • Concentração e Memória: Exercitar a atenção focada e a memorização de textos e sequências.

c) Sociais e Coletivos (Fortalecimento de Vínculos):

  • Trabalho em Equipe: Cooperar para a criação de uma cena ou espetáculo, entendendo que cada um é fundamental para o todo.
  • Respeito à Diversidade: Conviver e valorizar as diferenças de idade, gênero, opinião e background cultural dentro do grupo.
  • Resolução de Conflitos: Aprender a negociar ideias, ouvir o colega e encontrar soluções conjuntas para os impasses criativos.
  • Sentimento de Pertencimento: Criar um grupo coeso onde os participantes se sintam acolhidos e parte de algo.

Como essa Atividade é Realizada

A oficina é geralmente conduzida por um oficineiro (arte-educador ou psicólogo) e segue uma estrutura processual, não apenas focada num produto final (a apresentação).

Estrutura de uma Sessão Típica (1h30 a 2h):

  • Aquecimento/Ritual de Início (15 min): Jogos de quebra-gelo, alongamento, exercícios de respiração e descontração para preparar o corpo e a mente e marcar o início do espaço protegido da oficina.
  • Jogos Teatrais e Técnicas de Improvisação (40 min): O coração da oficina.

São utilizados jogos que trabalham objetivos específicos:

  • Jogo do Espelho: Para concentração e empatia.
  • Estatuário: Para criatividade e confiança (um moldua o corpo do outro para formar uma cena).
  • Jogos de Improviso com temas: Para trabalho em equipe e criatividade.
  • Criação e Desenvolvimento (30 min): O grupo começa a elaborar uma cena, uma história ou a ensaiar uma peça já estruturada. É um momento de colaboração, onde as ideias de todos são ouvidas e testadas.
  • Compartilhamento e Feedback (15 min): As cenas criadas são mostradas para o restante do grupo. O feedback é sempre construtivo, focando no que foi positivo e no que pode ser melhorado, sempre de forma respeitosa.
  • Desaquecimento/Ritual de Encerramento (10 min): Uma roda de conversa para que todos possam falar como se sentiram, um alongamento suave ou um gesto coletivo que marque o fim da atividade.

Ao longo do processo, o oficineiro atua como um facilitador, mediando as relações, propondo desafios e garantindo um ambiente seguro e de confiança para que todos se sintam à vontade para se expor.

Exemplo Prático

Tema da Oficina (para um ciclo de 3 meses): “Nossas Histórias, Nossa Comunidade”

  • Público: Grupo de adolescentes (15 a 17 anos) em situação de vulnerabilidade social.
  • Sessão 6: “Explorando Conflitos do Dia a Dia”
  • Objetivo da Sessão: Trabalhar a resolução de conflitos e a empatia através da dramatização de situações reais.
  • Aquecimento: “Jogo do Espelho” em duplas, mas com emoções (um inicia com uma expressão de raiva, tristeza, alegria, e o outro copia).
  • Técnica Principal: “Teatro-Fórum” (técnica do Teatro do Oprimido):
  • O oficineiro propõe uma situação de conflito comum: “Dois irmãos brigam pelo controle remoto da TV. A mãe chega estressada do trabalho e grita com os dois.”

Um grupo de 4 participantes improvisa a cena, mostrando uma solução negativa (briga maior,xingamentos). O oficineiro pergunta ao resto do grupo: “O que poderíamos fazer diferente?”. Outros participantes entram no lugar de um dos personagens (“ator-espectador”) e tentam mudar a cena, propondo uma solução pacífica (ex.: propor um combinado, um dos irmãos ceder e combinar de assistir depois).

  • Criação: Em pequenos grupos, os adolescentes são desafiados a criar uma pequena cena baseada em um conflito que já vivenciaram no bairro ou na escola.
  • Compartilhamento: Os grupos apresentam suas cenas. Os espectadores dão ideias de como aquele conflito poderia ter um desfecho diferente.
  • Encerramento: Em roda, cada um fala uma palavra que defina como se sente após a atividade. O oficineiro reforça a ideia de que sempre há múltiplas maneiras de resolver um problema.

Resultado Final do Ciclo: Os adolescentes, a partir das cenas criadas nas sessões, constroem coletivamente uma peça curta que retrata os desafios e sonhos da sua comunidade, que é apresentada para famílias e outros usuários do CRAS, fortalecendo o orgulho e o vínculo do grupo e com a comunidade.

Oficina de Percussão no SCFV

Grupo diversificado de participantes felizes em uma oficina de percussão do SCFV, tocando pandeiro e tambor, promovendo convivência comunitária.
A música como instrumento de conexão! Nossa oficina de percussão do SCFV fortalece os vínculos na comunidade e celebra a vida através do ritmo.

Definição Básica:

Uma Oficina de Percussão é uma atividade socioeducativa que utiliza a música, especificamente a prática de instrumentos de percussão, como ferramenta para promover a convivência social, o desenvolvimento de habilidades, a expressão criativa e o fortalecimento de vínculos comunitários e familiares. É muito mais do que uma simples aula de música; é uma intervenção social que trabalha o indivíduo em seu aspecto físico, cognitivo, emocional e social.

Objetivos Específicos:

Os objetivos desta oficina estão alinhados com as diretrizes do SCFV e podem ser divididos em:

Socioafetivos e de Convivência:
  • Fortalecer vínculos: Promover a interação, cooperação e respeito entre os participantes, criando um senso de grupo e comunidade.
  • Desenvolver a escuta ativa e o diálogo: Aprender a ouvir o outro (seu som, seu ritmo) para criar uma harmonia coletiva.
  • Estimular a expressão de emoções: Oferecer um canal não-verbal para que crianças, adolescentes ou idosos expressem sentimentos como alegria, raiva, tristeza e euforia.
Cognitivos e Psicomotores:
  • Melhorar a coordenação motora: Desenvolver a sincronização de movimentos, ritmo e lateralidade (uso coordenado de ambas as mãos).
  • Estimular a concentração e a memória: Memorizar sequências rítmicas e executá-las em conjunto demanda foco e atenção.
  • Desenvolver a criatividade: Incentivar a criação de arranjos e ritmos próprios.
Culturais e de Identidade:
  • Resgatar e valorizar a cultura popular: Apresentar ritmos brasileiros tradicionais como samba, maracatu, coco, frevo, axé etc.
  • Promover a cidadania cultural: Garantir o acesso a bens culturais e à prática musical, muitas vezes restrita a certos grupos sociais.
Protetivos (especialmente para o público em vulnerabilidade):
  • Oferecer um espaço seguro e acolhedor de convivência, afastando os participantes de situações de risco social.
  • Fortalecer a autoestima e a autoconfiança: A sensação de superação ao aprender um ritmo e a aceitação pelo grupo são poderosos fortalecedores da identidade positiva.

Como essa atividade é realizada:

A oficina é geralmente conduzida por um oficineiro (músico, educador social ou arte-educador) e segue uma estrutura flexível, mas organizada:

  • Acollhida e Aquecimento: O grupo se reúpreparação física e mental, com alongamentos, exercícios de respiração e dinâmicas de aquecimento rítmico (como palmas e batidas no corpo – “corporal percussão”).
  • Apresentação do Instrumento e do Ritmo: O oficineiro apresenta o instrumento do dia (ex: pandeiro, tambor, agogô) e seu manuseio básico. Em seguida, apresenta um ritmo simples, que será o tema da aula.
Prática Individual e Coletiva:
  • Demonstração: O oficineiro demonstra o ritmo lentamente.
  • Imitação: Os participantes tentam reproduzir individualmente, com o apoio do oficineiro.
  • Divisão em Grupos (Núcleos): O grupo é dividido. Cada subgrupo fica responsável por uma base rítmica diferente (uma faz a levada básica, outra faz a marcação, outra faz o contratempo).
  • Exercícios de Conjunto (A “Roda”): Os diferentes núcleos se juntam para tocar o ritmo completo. Este é o momento mais importante, onde se trabalha a escuta, a paciência, a sincronia e a sensação de “fazer parte de um todo”.
  • Criação e Improvisação: À medida que o grupo ganha confiança, são incentivados a criar variações e improvisos sobre o ritmo base.
  • Encerramento e Avaliação Conversada: A oficina termina com uma conversa sobre como os participantes se sentiram, as dificuldades enfrentadas e as conquistas do dia. É um momento de reflexão sobre o processo de grupo.

Exemplo Prático:

Tema da Oficina: “Introdução ao Samba”

  • Público-Alvo: Adolescentes (15 a 17 anos)
  • Materiais: Pandeiros, tamborins, ganzás e uma caixa de som para tocar uma referência musical.
  • Duração: 1h30min

Passo a Passo da Sessão:

  • Acollhida (10 min): Os participantes formam um círculo. Dinâmica de “jogo de palmas”, onde cada um cria um ritmo curto com as palmas e o grupo repete.
  • Apresentação (15 min): O oficineiro mostra um vídeo curto de uma roda de samba, apontando os instrumentos. Pega um pandeiro e explica suas partes (couro, aro, platinelas) e demonstra o som básico do “3 dedos” (a levada fundamental do samba no pandeiro).

Prática (40 min):

  • Grupo 1 (Pandeiro): Aprende a levada básica do samba (padrão rítmico: – x – x x – x -).
  • Grupo 2 (Tamborim): Aprende uma marcação simples (ex: três batidas fortes no tempo forte do ritmo).
  • Grupo 3 (Ganzá): Aprende a marcar o pulso constante do ritmo (para frente e para trás).
  • Conjunto (20 min): Cada grupo pratica sua parte separadamente por 10 min. Depois, todos se reúnem no círculo. O oficineiro regente começa com o Grupo 3 (Ganzá – base), incorpora o Grupo 1 (Pandeiro – ritmo) e finalmente o Grupo 2 (Tamborim – acento). Aos poucos, o som vai se integrando até formar o ritmo completo do samba.
  • Encerramento (5 min): O oficineiro pergunta: “O que foi mais desafiador? Como foi preciso ouvir o colega do lado para não se perder?” Finaliza destacando a importância de cada um para que a música soasse bem, fazendo uma analogia com a comunidade.

A Contribuição Estratégica da Vigilância Socioassistencial para o SCFV

A integração entre essas duas dimensões ocorre em vários níveis, transformando dados brutos em ação socioassistencial qualificada.

Diagnóstico Territorial Dinâmico e Precisa Delimitação do Público-Alvo

A Vigilância Socioassistencial fornece um retrato vivo e atualizado do território onde o SCFV está inserido. Por meio de:

  • Análise de Dados Secundários: Cruzamento de informações do Cadastro Único, índices de vulnerabilidade social, dados de saúde, educação e segurança pública.
  • Identificação de Demandas Latentes: Detecção de novas vulnerabilidades, como aumento do desemprego em certas regiões, crescimento de população em situação de rua, ou especificidades de grupos etários negligenciados (ex.: jovens desvinculados do sistema educacional e do mercado de trabalho).

Resultado para o SCFV: O serviço deixa de atuar de forma genérica. Com base nesse diagnóstico, consegue identificar com precisão quais famílias e indivíduos são prioritários para cada modalidade (crianças, adolescentes, jovens, idosos), garantindo que o recurso público chegue àqueles que mais necessitam.

Qualificação do Planejamento e da Elaboração de Metodologias

A programação das atividades do SCFV (oficinas, workshops, debates, atividades culturais) não deve ser aleatória. A Vigilância Socioassistencial oferece o substrato necessário para que a programação seja contextualizada e relevante.

  • Tematização Contextualizada: Se os dados apontam para um alto índice de violência contra a juventude negra no território, o SCFV para adolescentes e jovens pode planejar atividades que fortaleçam a identidade racial, a cultura de paz e os direitos humanos.
  • Abordagem de Problemas Específicos: Identificada uma prevalência de trabalho infantil, o SCFV pode incorporar em sua metodologia ações de enfrentamento a essa violação de direitos, trabalhando com as crianças e suas famílias.

Monitoramento e Avaliação Contínua da Efetividade do Serviço

A Vigilância não termina no diagnóstico inicial. Ela é um processo contínuo que acompanha os resultados das intervenções.

  • Indicadores de Processo e Resultado: Acompanhamento de frequência, perfil dos usuários que permanecem no serviço, e análise qualitativa dos vínculos estabelecidos.
  • Feedback para Readequação: Se a avaliação contínua indica que uma determinada abordagem não está surtindo o efeito esperado, a Vigilância fornece os indícios para que a equipe do SCFV replaneje e ajuste suas estratégias em tempo hábil.

Resultado para o SCFV: Garante uma gestão adaptativa e baseada em evidências, onde o serviço está em constante aprimoramento, aumentando sua eficácia e impactando positivamente a vida dos usuários.

Conclusão: A Materialização da Vigilância por Meio da Tecnologia VSUAS

VSUAS Vigilância no SUAS
Vigilância no SUAS

A sinergia teórica e prática entre a Vigilância Socioassistencial e o SCFV, conforme exposto, encontra sua materialização operacional e tecnológica em ferramentas especializadas. Neste contexto, destaca-se o software VSUAS (Vigilância no SUAS), desenvolvido para apoiar e potencializar a função de vigilância nos territórios.

O VSUAS consolida-se como um instrumento vital para a gestão do SCFV, transformando princípios da vigilância em ações concretas de gestão do serviço. Por meio de sua arquitetura, é possível:

  • Registro e Gestão Eficiente: Centralizar o cadastro de participantes, atividades e oficinas, organizando as informações de modo ágil e seguro.
  • Monitoramento da Frequência em Tempo Real: Registrar a frequência dos participantes permite ir além da simples controle de acesso. Gera-se um Mapa Individual e Coletivo de Frequência, que funciona como um potente indicador qualitativo. A frequência irregular ou a evasão (controle de faltosos) deixam de ser apenas um número e transformam-se em um sinal de alerta prioritário para a equipe técnica. Essa informação pode indicar desde problemas de logística até situações de vulnerabilidade familiar agudizada, permitindo uma busca ativa imediata e uma intervenção qualificada.
  • Avaliação Contínua e Tomada de Decisão: A capacidade de gerar relatórios analíticos sobre participação, faixa etária, adesão a atividades específicas e renovação de matrículas fornece um painel de controle dinâmico para o gestor. Esses dados subsidiam a avaliação da efetividade das atividades ofertadas e a necessária readequação do planejamento do serviço, assegurando que ele permaneça aderente às reais necessidades e interesses do público.

Portanto, o VSUAS opera como a interface tecnológica que viabiliza e amplifica a contribuição da Vigilância Socioassistencial para o SCFV. Ele instrumentaliza a equipe para que a produção de informação se reverta em gestão eficaz, intervenção oportuna e qualificação constante do serviço. Investir no aprimoramento e na utilização plena de tal ferramenta é condição indispensável para consolidar um SCFV verdadeiramente dinâmico, baseado em evidências e focado na garantia do direito à convivência familiar e comunitária. Dessa forma, a vigilância deixa de ser um conceito abstrato e assume seu papel central na operacionalização de uma política pública de assistência social precisa, eficiente e transformadora.

Com o sistema VSUAS você consegue gerir os dados do SCFV de forma inteligente e otimizada.

Contato

Telefone: (83) 9 9868-6979

Instagram: @bandeiraedantasconsultorias

Linktr.ee: bandeiraedantas

Fontes:

https://www.gov.br/mds/pt-br/acoes-e-programas/suas/publicacoes/perguntas_frequentes_SCFV_2022.pdf

https://blog.mds.gov.br/redesuas/wp-content/uploads/2022/04/Caderno_de_Orientacoes_Tecnicas_SCFV_Criancas_0_a_6_anos.pdf

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